23/06/2010

Existência Doentia

Armas químicas são poemas pra vir até aqui, atravessando à infinita highway. Voamos sem instrumentos onde dom Quixote recita um refrão de bolero.

Mas nós esperamos o carnaval chegar. Nessa terra de gigantes a terceira é o plural da pose.

Pois somos quem podemos ser, um exército de um homem só, consternação 3X4. O preço é surfar karmas onde não vemos mais DNA.

Mas você me faz correr atrás em busca da revolta de Dandis. Eu mostro-me como um garoto.

A vida real passa para nós, em outras freqüências e novos horizontes escalam a montanha.

A duvida é o preço da pureza, pois nada vem depois de nós, somos os ventos do destino, tente entender, nada além da mascara será vista pra quem não gosta de nós.
Mensageiros caminham na beira da estrada, a luz, espadas, a terra, florestas, cidades do sul.

Dedo no gatilho! Louco de saudade.

Os cegos do castelo estão aqui, sem relicário eles trazem a luz dos olhos. Para encontrar um caminho um lugar.

A espera pelo mantra trás mais do mesmo, e quando não tiver mais nada, todas as velhas fotos no microondas farão sentido.

E acordara no mesmo lugar, suspenso no espaço o nome da rua, o remédio, o fim de tarde vai chegando com você.

Forma e conteúdo estão à espreita, as cores sereníssimas são bonitas. Uma Letra N, trás varias interpretações.

Assim é sempre amor. Com o convite do silêncio eu guardei o giz que trás, a neve de papel, traduzida na ramilonga.

Ao longe epitáfio o Astronauta lírico canta na Sibéria, “o mundo é feito de Roma”.

11/06/2010

als das Verderben

“Esses dias são os seus últimos, nenhum anjo vira salva-lo”

Ouça como ela grita! Pedidos insanos de socorro.

A porta não abre! Mordidas, chutes, pedidos violentos.

Tudo esta se esvaindo em sangue. Lascívia. Mais uma vez o olhar do velho é cinza!

Aquele maldito ancião esta de volta.


“ouça como ela grita”, nada cessara, a piedade não esta em seus olhos. Ele dança e deleita-se com o sofrimento exposto em seu rosto.

E você? Um mero espectador inoculo em meio à podridão.

Ele te machuca?

É inevitável tudo esta intocável!

Eu vejo seu rosto no espelho. Você esta morta, mas ainda vive.

“ouça como ela grita”.
O velho o expõe.

Mostra-te lembranças. Caídas em lagrimas de chuva, seu fracasso palpável. Seu coração esta em chamas.

“Ich Bin die Stimme aus dem Kisseen”.

Ele tem o controle de suas pálpebras você não consegue fechar os olhos.

A esbórnia lhe toca com gargalhadas melancólicas, e lhe rouba as pequenas cálidas lagrimas que ainda restam.

Sua impotência lhe da de bandeja seu legado. Feridas vermelhas sobre a pele branca, seu corpo aprisionado em suas próprias mãos.

Seu olhar ainda parece lhe pedir perdão. Mas engana-se, o fracasso lhe aperta e grasna em sua face “Wollte ganz alleine sein”.

Nada importa o insosso responde por nós, temos o que agrada em nossas mãos, os anjos possuídos rastejam a nossa volta. Pedidos de perdão ecoam em nossas veias. Mas o sofrimento é mais saboroso.

“ouça como ela grita”

Nossos prazeres da carne ecoam em sonoras mazelas lacônicas de sofreguidão.

Não deseje!

Só os Mortos os separarão.

06/06/2010

Und Kein Engel Steigt Herab

A lembrança atenuada de seus pensamentos o engana, discordam de suas faculdades mentais, languido em sua cama obtusa, ele se vê no espelho, o corpo já surrado pelo tempo e anuências de entorpecentes naturais criados por sua mente sombria.

Levanta-se vai até a janela vê as baratas humanas desfilando entre a selva de pedra.

Nota ao longe uma imagem mendaz. “minha mente estará me pregando uma peça”, olha novamente, todavia seus olhos estão doloridos e suas pálpebras já não suportam a luz.

Barulhos no corredor do prédio o deixam atento, busca algo para se defender do que não conhece. Anda até a porta olha através da fenda da fechadura.

Deslumbra-se com o que vê. Uma mulher caminha pelo corredor em direção a sua porta, melancolicamente ela desliza pelo corredor como se seu corpo fossem notas musicais.
Seu cabelo escuro, liso caindo sobre os ombros balança com o andar, seus olhos amendoados parecem duas bombas atômicas prestes a explodir.

Ela chega à porta, três pancadinhas de leve, todos os seus movimentos parecem ter saído de um computador, ela é perfeita.

Por alguns instantes vislumbra-se com a beleza da garota, chega a tocar a maçaneta, quando um surto de lucidez o atinge em cheio.

“Quem é ela?” pergunta-se, checa sua imagem no espelho, estará delirando, ninguém conhece este novo endereço desde que saiu de Rodacac.

Porque alguém estaria a sua porta agora.

Mais três batidas, agora com mais força. Ele caminha novamente até a porta.

Ela esta la parada observando a sua volta, seus seios parecem pedir para fugir do espartilho avermelhado que usa, seus lábios imploram por envoltura, sua pele, parece ser macia e sedosa ela da um passo para trás, ele continua observando estático e maravilhado com o que seus olhos vêem.

Novamente três batidas perfeitas não uma nem quatro mais três.

Ele caminha até a janela procura desesperadamente por uma resposta, “será uma alucinação?”.

Caminha até a sala a TV está ligada no mesmo canal de sempre.

Percebe que algo mudou, lembra do que viu quando saiu da cama.

Volta à janela, mas esta tudo normal, fornicação e violência prosperam ao léu.

Grita mas sua voz não sai, corre novamente até a porta, ela ainda esta ali, estática e maravilhosa.

“Quem?” ele pergunta, sua voz ecoa para ele mesmo. Nenhuma resposta.

Cambaleando foi em direção ao cômodo central.

Mas a chave não esta ali.

Caminha cegamente até a janela e tenta abri-la. Mais sua loucura esta aprazível, a janela fecha-se como uma cortina de teatro ao fim do espetáculo.
“Estou preso!”.

Senta-se ao lado da cama e tenta reorganizar seus pensamentos.

“Quando aconteceu?”.

"Nur Der Regen Weint am Grab"