30/05/2010

Nada

Sombras gélidas o perseguem por toda a noite, a busca incessante pelo inalcançável, rabiscos toscos pela parede não o libertam, sua prisão tem varias formas.

Sua mente lhe prega peças, um velho dança em sua solidão. O profano o ataca por todas as partes, grasnos de pássaros multicolores, atravessam as paredes já saturadas de objetos de seu devaneio, a abertura da cela parece estar perto.

Cava-se um túnel em busca de fuga.

Sozinho arrasta por toda a extensão da sala úmida e putrefata o que resta de suas auguras solícitas. É um menino perdido entre sua convicção de real e a aparente loucura do mundo das idéias.

Desenha entre as pedras úmidas e lisas uma porta, uma saída. Mas o velho esta dançando e cortejando sua derrota, como se nada existisse ele permite-se, a queda livre.

Acordas o senil, o menino o presente e o passado juntos, em um estado de estagnação imutável.

Para quem vê de fora és, insano.

Borboletas voam, estipulam e traçam seu destino passado. A dança louca, quem vai, quem vem? Gritos, sussurros.

Garotas traçam uma guerra entre bebidas e drogas. São muitos contra poucos, mas tudo é altivo, a derrota cai, junto com o passado e o velho dançarino já exausto da dança esquálida, cai em sua tumba profanada.

A parede parece se agigantar frente ao presente, garoto.

As formas são muitas e mutáveis a todo instante.

Mas sua percepção esta afetada. Pois basta abrir a mão e o passado e a chave irão cair a seus pés.

Tudo reinicia a queda é profunda.

Não resta dúvida o velho caiu.

O passado já devorável, entre suas entranhas.

Luzes escarnem a noite.
As formas vão mudando, se vê entre seus dedos a sofreguidão e mazeles de um anjo caído e insultado.

A chave cai! esta livre?

Ao longe se ouve uma melodia tão esquia que não se pode tocá-la nem por pensamento.

Haviam vozes pelo corredor. Você nunca poderá sair...

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