04/07/2010

Noite

Foto Ivanir França Fotos, ilusões, vozes em sua cabeça, solidão inebriante, embriaguez suicida, saudade palpável.

Mais uma triste história, bêbados imundos e a solidão se amam envolvidos ao céu.

A avidez da noite apaga qualquer sinal de vida em seus olhos.

Depara-se com a conseqüência de uma estrada sem fim, apenas placas indicam: “você esta sozinho”.

A dança de suas lagrimas, em fumaças sibilantes, alteram as imagens que os olhos já calejados pela luz negra soturna, persistem em analisar.

As ilusões parecem notas musicais em uma melodia melancólica e atenuante.

É extremo o desejo de tocar em uma destas notas que circulam em espiral em volta do seu olhar, à estética das palavras se retorce em pequenas criaturas, a vida em poucos léxicos.

Saúdas o que não é real, loucos varridos atuam em meus pensamentos insistem em vagar de um lado para outro, como se estivessem presos a um pêndulo surreal.

A volta de velhas fotos em seu olhar, se transformam em pequenas partículas do que ainda não se foi.

Uma megalomaníaca de cordas atravessa o quarto em transpassados gritos que rasgam a tudo o que parece tentar tocar-te.

Seus espinhos translúcidos continuam ali por horas teimando em mostrar que: de tudo que vive tudo que grita tudo que toca, ela não poderá ser tocada, pois esta em suas mãos, mas não é real.

Tudo é palpável, até mesmo Satolep, faz sentido agora, mas tudo o que esta em seu alcance agora não faz sentido, sentir o sabor amargo e agridoce de melodias jamais ouvidas o tornam intocável.

Mas a procura louca e exasperada não é alcançada.

Mais uma madrugada sozinho, cansado e com frio vai passar aos poucos, e o mergulho nessa escuridão não tem razão, uma trégua é pedida, gritos esfomeados, lucidez completa, abruptamente esqueça-se da luz.

O que foi feito não importa, será feito talvez, o mergulho não cessa, a guerra não cessa.

“Pare” vamos sumir acompanha uma voz ao lado, vendaval, Lênin procura por ti.

A avidez noturna torna-se inúbia, atinge em cheio tudo.

Malditos.

Vem outra voz, esquia pede, pois tudo pulsa em um imenso real.

Vazio.

Não importa o que vai ser feito.

Mais gritos, portas rompem o planeta inexistente.

Vozes aos milhões contorcem e distorcem.

O real não existe mais, a megalomaníaca continua brincando rasgando tudo que ousa tocá-la, ouvi-la, nada mais é tolerante.

Fecho os olhos, a queda cessa............mil palavras,lucidez completa.

Depois silêncio.

2 comentários:

Fique a vontade para comentar, comentários moderados pelo autor.